Os meus sonhos nunca dormem

Espasmos

 

Existem momentos da vida em que tudo conta, outros em que as contas nada valem.
Os passos abrandam e inquietam-se em cada nova etapa, subimos e descemos tantas vezes. Algumas olhamos o alto e achamos que é o lugar certo, noutras tal como esta achamos que no vale onde as águas param é o sítio certo. Para quê reunir força para uma nova subida?
Contudo o estado estático não existe e as horas movem-se em dias que deixam marcas, cicatrizes e rugas...
Também, nos entrega flores, jasmins e planícies onde os sonhos são pinturas abstractas...no jardim guardo e cuido de todos os jasmins que a mim chegam, uns partem outros ficam. Se partem é porque não fazem parte deste jardim talvez doutro quem sabe?!
Os dias e o tempo são fragmentados em tantas partículas com variadas fontes que por vezes entopem o olhar...as deambulações confundem as melhores reflexão do universo, ou o olhar ainda não seja tão amplo como os astros luminosos destes cosmos onde as moradas se propa-gam, entregam e partem...
Nestes instantes supérfluos do destino são construídos os mais belos templos, isso eu sei, mas o corpo teima em não aceitar estas dores que a alma chora em silêncios e esforços em suor invisível ao mundo...tento levitar, mas as mãos estão pesadas com a sujidade do mundo onde os dedos tocam e as feridas se alargam.
O som que grita por mim em cada hora é de desistir, parar, não mais lutar...mas a alma que Deus me entregou têm um olhar lúcido e fala, fala sem parar todas as palavras que tantas vezes dei a outros para os levantar.
Trás até mim os carinhos distantes que me tocam tão perto, como um toque da pele...as lágrimas correm, correm numa corrente tempestiva envolta de furações com medo, sim com medo porque o medo é o entrave humano mais difícil de se passar...nem sempre falo no medo, escondo para que ele não veja a luz do dia, mas nas noites ele vagueia pelo corpo apoderasse dos sentidos, e argumenta as mais loucas frases para que a alma se faça cessar...
Nesta luta em que os movimentos se repetem e os remoinhos se enrolam já nem os silêncios são armas...as palavras essas saem desordenadas, em pedaços descolados do âmago do coração, que ferve e se dilata para fora de tudo, dentro do nada que é este vazio transfigurado dos dias de Inverno vestidos de neve...

 

 

 




 

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De silêncio em silêncio descubro o verdadeiro som das palavras universais 

 

Com uma única palavra alcanço o mundo

AMOR

 

NUANCES DE UM SILÊNCIO A DOIS

 

 Um casal, dois escritores,

que num diálogo poético desfolham

ao longo das páginas sentimentos

muito próprios e íntimos,

como que em duelo de canetas,

produzindo escritos ímpares.

 
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O TACTO DAS PALAVRAS

UM LIVRO DE EMOÇÕES INTIMISTAS MAS UNIVERSAL, CADA LEITOR VAI POR CERTO ENCONTRAR-SE NESTA PALAVRAS PALPAVÉIS

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 TU CÁ, TU LÁ

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Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento. Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente que dita todas as palavras em impulsos do nada..

Último Poema

Quando o Inverno
se deitar no meu leito
e as flores cantarem aromas
pelos jardins em rosmaninho,
o som da minha voz
for o silêncio das minhas palavras
largadas pelas folhas velhas de papel…

Procurai
pelos cantos mudos da casa
os pedaços timbrados
das minhas emoções,
nelas podereis
tocar tudo o que fui,
a vida que vivi
os sonhos que levantei
toda a ilusão que nunca contei…

Não tenteis
buscar os meus momentos
encontrem somente
o vosso timbre
o sentir para lá da voz do poeta,
se assim as fixares
é porque também em vós
existe razão…sonhos e tempos
cobertos de luz!

Deixo-vos os meus traços
sem tempo em vagas horas
com eles fazei morada para todos,
assim a minha paz
será perpetuada nas brisas primaveris.

Porque no tempo
sois vós
o perpetuar da minha vida
da razão
que sempre moveu
todas as minhas entranhas
um toque para lá dos corpos
vestidos da essência materna
que a minha alma proclama
no som do olhar…

Será esta a verdade
pela qual sempre vivi,
aquela que em vós aprendi
a única palavra que alcança
o universo palpável
o amor
que colhi do vosso mundo!

Se algumas vezes
vós transmiti silêncio
foi para que pudessem escutar
os ruídos do mundo,
nele aprendessem a voar
com as vossas frágeis asas!




Dedicado aos meus filhos Cátia e Edgar
 

O meu Novembro

Eu não conto Primaveras
reúno Outonos
nascidos do Verão
que me embalaram o berço,
nutriram o meu desenvolver
me elevaram ao expoente
de ser a idade madura
com toda a ternura...

Desfio mais um Outono
no crepitar da lareira
aconchego mais um ano,
o ano transacto
com tantos pedaços…
Pêndulos dentro do olhar,
viragens e aprendizagens
acolhidas na leve forma
do meu caminhar…

É de Outono
que se veste a minha Primavera
nas margens
em que os poros fluem,
contagem crescente
de mais uma viagem
com a bagagem repleta de passado
rumo ao futuro a receber do hoje
a imensidão de um dia
eterno de gratidão!



 

 

 

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