Os meus sonhos nunca dormem
Cantam mais uma vez
Aprofunda no peito devagar, o corpo descaído no sono da insónia que o crepúsculo trouxe nas asas do sonho…
A romper o silêncio, o chilrear das gaivotas, cantam ao mar cantigas antigas nas valsas onduladas que muito bem sabem bailar…
Ao horizonte a erguer-se na ponta do oceano o tom laranja que o sol pinta ao despertar.
Esvoaçam pelo céu nuvens cinza nos ombros do vento para lá das emoções caladas…
Lentamente, o branco desce na silhueta inerte ao som da despedida escondida pelo largo olhar humedecido no sal da praia solitária.
Escorrem pelo peito, vagarosamente a ponta dos dedos que sentem os compassos do coração…o renascimento…a íris bebe com sôfrega sede todo o bafo das águas transparentes do extenso mar verde-água com vagões de luz.
Lavradas as arestas da noite, a lua despede-se envergonhada nas pontas dilatadas de um novo dia…
Os lábios finos, trémulos, deixam rasgar um tímido sorriso, leve, vindo nas alas abertas das penas que vestem as amigas marinhas…cantam mais uma vez…encantam todas as pontas da utopia em que o corpo se reergue na harmoniosa batida que lateja pelas veias florescidas nos vértices alucinados, beijados pelo firme fundamento vestido de paz…
De silêncio em silêncio descubro o verdadeiro som das palavras universais
Com uma única palavra alcanço o mundo
AMOR
Um casal, dois escritores,
que num diálogo poético desfolham
ao longo das páginas sentimentos
muito próprios e íntimos,
como que em duelo de canetas,
produzindo escritos ímpares.
Livro de poesia
O TACTO DAS PALAVRAS
UM LIVRO DE EMOÇÕES INTIMISTAS MAS UNIVERSAL, CADA LEITOR VAI POR CERTO ENCONTRAR-SE NESTA PALAVRAS PALPAVÉIS
TU CÁ, TU LÁ
Antologia poética de 15 autores
Organização de
Dolores Marques
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento. Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente que dita todas as palavras em impulsos do nada..
Último Poema
Quando o Inverno
se deitar no meu leito
e as flores cantarem aromas
pelos jardins em rosmaninho,
o som da minha voz
for o silêncio das minhas palavras
largadas pelas folhas velhas de papel…
Procurai
pelos cantos mudos da casa
os pedaços timbrados
das minhas emoções,
nelas podereis
tocar tudo o que fui,
a vida que vivi
os sonhos que levantei
toda a ilusão que nunca contei…
Não tenteis
buscar os meus momentos
encontrem somente
o vosso timbre
o sentir para lá da voz do poeta,
se assim as fixares
é porque também em vós
existe razão…sonhos e tempos
cobertos de luz!
Deixo-vos os meus traços
sem tempo em vagas horas
com eles fazei morada para todos,
assim a minha paz
será perpetuada nas brisas primaveris.
Porque no tempo
sois vós
o perpetuar da minha vida
da razão
que sempre moveu
todas as minhas entranhas
um toque para lá dos corpos
vestidos da essência materna
que a minha alma proclama
no som do olhar…
Será esta a verdade
pela qual sempre vivi,
aquela que em vós aprendi
a única palavra que alcança
o universo palpável
o amor
que colhi do vosso mundo!
Se algumas vezes
vós transmiti silêncio
foi para que pudessem escutar
os ruídos do mundo,
nele aprendessem a voar
com as vossas frágeis asas!
Dedicado aos meus filhos Cátia e Edgar
O meu Novembro
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