Os meus sonhos nunca dormem
O sonho caminha em mais um alvor
Coloquei todos os vícios nos bolsos e caminhei, num largo espectro. O leme é a luz que vem do alto por entre lilases subtis e invulgares…assim desfilo.
As ciladas do tédio são nostálgicas e o destino silencioso quando avançamos pelas cordas suspensas que abraçam duas margens…os olhos abertos enxergam o breu de uma venda invisível.
Recolho as pedras soltas que esbarram nos meus pés, envolvo todas no meu regaço.
Nas bermas choram infelizes num descampado de emoções no limbo dos remorsos que não sentem nem deixam tombar no silêncio em que as palavras nada dizem. Toda eu suspiro, mato a sede e de novo parto para parte incerta, onde só o destino conhece os meios para lá chegar.
Num ritual sacro desvio os olhos dos galhos caídos e das folhas secas em plena Primavera…por descuido caíram e não previram que o limite é o chão.
Depois de tudo, o sol volta com a aurora e na voz da madrugada o sono acorda e o sonho caminha em mais um alvor!
De silêncio em silêncio descubro o verdadeiro som das palavras universais
Com uma única palavra alcanço o mundo
AMOR
Um casal, dois escritores,
que num diálogo poético desfolham
ao longo das páginas sentimentos
muito próprios e íntimos,
como que em duelo de canetas,
produzindo escritos ímpares.
Livro de poesia
O TACTO DAS PALAVRAS
UM LIVRO DE EMOÇÕES INTIMISTAS MAS UNIVERSAL, CADA LEITOR VAI POR CERTO ENCONTRAR-SE NESTA PALAVRAS PALPAVÉIS
TU CÁ, TU LÁ
Antologia poética de 15 autores
Organização de
Dolores Marques
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento. Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente que dita todas as palavras em impulsos do nada..
Último Poema
Quando o Inverno
se deitar no meu leito
e as flores cantarem aromas
pelos jardins em rosmaninho,
o som da minha voz
for o silêncio das minhas palavras
largadas pelas folhas velhas de papel…
Procurai
pelos cantos mudos da casa
os pedaços timbrados
das minhas emoções,
nelas podereis
tocar tudo o que fui,
a vida que vivi
os sonhos que levantei
toda a ilusão que nunca contei…
Não tenteis
buscar os meus momentos
encontrem somente
o vosso timbre
o sentir para lá da voz do poeta,
se assim as fixares
é porque também em vós
existe razão…sonhos e tempos
cobertos de luz!
Deixo-vos os meus traços
sem tempo em vagas horas
com eles fazei morada para todos,
assim a minha paz
será perpetuada nas brisas primaveris.
Porque no tempo
sois vós
o perpetuar da minha vida
da razão
que sempre moveu
todas as minhas entranhas
um toque para lá dos corpos
vestidos da essência materna
que a minha alma proclama
no som do olhar…
Será esta a verdade
pela qual sempre vivi,
aquela que em vós aprendi
a única palavra que alcança
o universo palpável
o amor
que colhi do vosso mundo!
Se algumas vezes
vós transmiti silêncio
foi para que pudessem escutar
os ruídos do mundo,
nele aprendessem a voar
com as vossas frágeis asas!
Dedicado aos meus filhos Cátia e Edgar
O meu Novembro
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